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Brasil e mundo

‘Educação pela arte’. Por Neiff Satte Alam

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Neiff Satte Alam *

“A educação pela arte tenta o desenvolvimento de sensibilidade, imaginação, criatividade do ser humano, possibilitando ainda um crescimento em termos de visão estética, emocional e intelectual do seu mundo.” (MOSQUERA, Juan)

Desprezar a arte na educação tem sido um erro no nosso sistema educacional, pois vem suprimindo a criatividade natural de nossas crianças e jovens. Esta negligência histórica vem prejudicando a tarefa de estimular os estudantes a terem idéias originais. Devemos, professores que somos, acelerar a criatividade, a sensibilidade e a utilização de raciocínios originais. “…Se queremos promover a criatividade, precisamos encorajar a expressão espontânea, especialmente das crianças mais novas. Em certos momentos, deixemos que os alunos soltem suas idéias, à medida que estas lhes ocorram. Em vez de pintar, deixemos que eles por vezes rasguem papéis coloridos. Ou que batam nas coisas, no saguão, para descobrir-lhes o som”. (KNELLER, George)

Não devemos, por outro lado, permitir a separação da imaginação e do intelecto, pois isto poderia transformar-se em pura fantasia. Nosso modelo atual vem sendo pressionado por uma tendência a valorizar determinadas áreas do conhecimento por serem mais ajustadas ao sistema econômico que modela nossa sociedade. Damos mais valor a conhecimentos reducionistas vinculados à Matemática, Física, Química e Biologia do que à Filosofia, Sociologia, História e, principalmente, à Educação Artística, em todas as suas manifestações.

O reducionismo tem sido um obstáculo ao pensamento criativo. A imaginação, a criatividade e a sensibilidade devem ser o ponto central do processo educacional.

Através do aprimoramento da sensibilidade, de uma desmassificação do ensino, valorizando o indivíduo em respeito a sua originalidade e unicidade, o sentido do pessoal e único.

Sendo a manifestação artística um ato pessoal, o aluno, através da Arte, cria e recria o seu universo interior; alimenta seu conhecimento com imaginação enriquecendo suas emoções; acelera seu sentido de humanização quando dialoga, pela arte, com sua cultura.

Sobre os ombros dos professores de arte recai uma enorme responsabilidade uma vez que precisam ser, segundo Mosquera, pessoas de consciência para alertar aos seus estudantes de suas capacidade e potencial.

Se tudo o que escrevemos acima é real, por que observamos o declínio da Educação Artística nas escolas? Por que a maior importância a outras áreas do conhecimento? Provavelmente porque em nosso mundo capitalista os valores artísticos (ou dados à arte) e a própria arte transformou-se em mercadoria e os artistas em produtores de mercadorias.

A escola, mais que a educação, submeteu-se a esta nova ordem.

Podemos e devemos modificar este estado de coisas. O modelo emergente que se apóia em uma pedagogia relacional, portanto interativa, induz o professor a estabelecer um encontro existencial com o seu aluno que, pela arte, busca valores resultantes deste encontro, embora guiados pelos valores do professor. Podemos, desta forma substituir o homem-comum pelo homem-sensível.

Para Mosquera, os professores de arte devem criar um clima apropriado, no qual os estudantes possam responder, aprender e criar; os professores de educação artística precisam desenvolver um sentido humano e criador no seu relacionamento com as outras pessoas; os professores de educação artística devem possuir conhecimento pertinente sobre a arte em geral e manipular técnicas adequadas de sensibilização.

O ensino da arte na Escola Fundamental, diferentemente do Ensino Médio, tem-se desenvolvido um trabalho mais eficiente, desenvolvendo-se a habilidade gráfica e sentido estético, mas no Ensino Médio ainda sofremos a forte interferência mecanicista de uma sociedade que seu desenvolveu a partir da Revolução Industrial.

A saída está na capacidade dos professores de se readaptarem a uma nova ordem fundamentada na liberdade, na capacidade de dialogar, na empatia e principalmente na capacidade de entender o novo e não se deixar seduzir pela estagnação e acomodação, pois a arte é dinâmica, tão dinâmica quanto às conquistas do homem em qualquer área do conhecimento.

“O lugar comum da desumanização da arte pela técnica e pela ciência, deverá ser substituído pela reflexão profunda dos caminhos de totalidade do agir do homem”. (MOSQUERA)

 

* Neiff Satte Alam é professor Universitário Aposentado – UFPEL Biólogo e Especialista em Informática na Educação

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Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em julho e agosto

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Cerca de 4,26 milhões de trabalhadores com carteira assinada nascidos em julho e agosto podem sacar, a partir desta segunda-feira (17), o valor do abono salarial do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) em 2024. A quantia está disponível no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital e no Portal Gov.br.

Ao todo, o governo vai liberar R$ 4,5 bilhões, dos quais R$ 3,9 bilhões para o PIS e R$ 613 milhões para o Pasep. Aprovado no fim do ano passado, o calendário de liberações segue o mês de nascimento do trabalhador, no caso do PIS, ou o número final de inscrição do Pasep. Os pagamentos ocorrem de 15 de fevereiro a 15 de agosto.

Neste mês, o pagamento continua a ser antecipado aos trabalhadores do Rio Grande do Sul nascidos de setembro a dezembro que regularizaram a situação após 15 de maio.  Serão beneficiados 3.109 trabalhadores com recursos de cerca de R$ 3,5 milhões. Em maio, 756.121 trabalhadores do estado, afetado pela enchente, tiveram o pagamento antecipado.

Neste ano, cerca de R$ 27 bilhões poderão ser sacados. Segundo o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o abono salarial de 2024 será pago a 24,87 milhões de trabalhadores em todo o país. Desse total, 21,98 milhões trabalham na iniciativa privada e receberão o abono do PIS e 2,89 milhões de servidores públicos, empregados de estatais e militares têm direito ao Pasep.

O PIS é pago pela Caixa Econômica Federal; e o Pasep, pelo Banco do Brasil. Como ocorre tradicionalmente, os pagamentos serão divididos em seis lotes, baseados no mês de nascimento, no caso do PIS, e no número final de inscrição, no caso do Pasep. O saque começará nas datas de liberação dos lotes e acabará em 27 de dezembro de 2024. Após esse prazo, será necessário aguardar convocação especial do Ministério do Trabalho e Previdência.

Calendário de pagamento do abono salarial em 2024

Calendário de pagamento do abono salarial 2024 – Arte EBC

Quem tem direito

Tem direito ao benefício o trabalhador inscrito no PIS/Pasep há, pelo menos, cinco anos, e que tenha trabalhado formalmente por, no mínimo, 30 dias no ano-base considerado para a apuração, com remuneração mensal média de até dois salários mínimos. Também é necessário que os dados tenham sido informados corretamente pelo empregador na Relação Anual de Informações Sociais (Rais).

O valor do abono é proporcional ao período em que o empregado trabalhou com carteira assinada em 2022. Cada mês trabalhado equivale a um benefício de R$ 117,67, com períodos iguais ou superiores a 15 dias contados como mês cheio. Quem trabalhou 12 meses com carteira assinada receberá o salário mínimo cheio, de R$ 1.412.

Pagamento

Trabalhadores da iniciativa privada com conta corrente ou poupança na Caixa receberão o crédito automaticamente no banco, de acordo com o mês de seu nascimento.

Os demais beneficiários receberão os valores por meio da poupança social digital, que pode ser movimentada pelo aplicativo Caixa Tem. Caso não seja possível a abertura da conta digital, o saque poderá ser feito com o Cartão do Cidadão e senha nos terminais de autoatendimento, unidades lotéricas, Caixa Aqui ou agências, também de acordo com o calendário de pagamento escalonado por mês de nascimento.

O pagamento do abono do Pasep ocorre por meio de crédito em conta para quem é correntista ou tem poupança no Banco do Brasil. O trabalhador que não é correntista do BB pode fazer a transferência via TED para conta de sua titularidade nos terminais de autoatendimento, no portal http://www.bb.com.br/pasep ou no guichê de caixa das agências, mediante apresentação de documento oficial de identidade.

Até 2020, o abono salarial do ano anterior era pago de julho do ano corrente a junho do ano seguinte. No início de 2021, o Codefat atendeu recomendação da Controladoria-Geral da União (CGU) e passou a depositar o dinheiro somente dois anos após o trabalho com carteira assinada.

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Mundo novo: uma grande confusão

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O mundo tem parecido uma grande confusão. É difícil decifrar o tempo vivendo nele, mas aquela sensação tem a ver com o aumento da produtividade. Em séries antigas de tevê, como Jornada nas Estrelas e Perdidos no Espaço, os personagens não fazem trabalho braçal. Máquinas e robôs fazem tudo. É o que está acontecendo.

Nos últimos 10 anos, a produtividade acelerou muito, assim como o desemprego. Tudo agora é virtual, no celular. Os bancos, os escritórios, dois exemplos, não têm mais quase funcionários. A gente sabia que ia acontecer, como sabe que, logo ali, não se vai mais usar gasolina para mover veículos. De uma hora pra outra a mudança vem, o mundo vira do avesso e revoluciona a vida das pessoas.

Antes a economia era estável, por quê? Porque tudo era essencial. Hoje, com a produtividade alta, a maioria das coisas deixou de ser essencial. Agora compramos uma caneta por achá-la bonita, não porque precisamos dela. Roupas, a mesma coisa. Muitas coisas estão assim. Carros, tendo transporte de aplicativo, pra que comprar? Nesse mundo novo, estamos sendo obrigados a inventar necessidades pra justificar o nosso trabalho. Mais ou menos como o barman que faz malabarismo com os copos pra se diferenciar.

Quando há uma crise, a economia tranca porque 95% das coisas que compramos foi porque nos convenceram a comprar. Não são necessárias, e — ainda mais depois da pandemia — nos demos conta de que passamos muito bem sem elas.

Se a economia tranca e resolvemos economizar, só compramos comida e água; é o que todo mundo faz. Então, a economia tem que ser muito mais bem administrada, para não ter esses solavancos. Tudo mudou, e isso ficou mais claro nos últimos cinco anos. É como a água que vai batendo num castelo de areia, numa hora ele cai.

Nos próximos anos, vão ocorrer mais modificações. Estão tentando obter energia por fusão nuclear. Já estão conseguindo, falta controlar a reação, para poder concentrá-la. Uma quantidade mínima de hidrogênio, elemento mais abundante no universo, se transforma numa quantidade colossal de energia, e limpa. Assim, uma pequena usina — instalada digamos em São Paulo — poderá fornecer energia para todo o Brasil, a custo baratíssimo. Quando controlarem o H, vão acabar as hidrelétricas, acabar a extração do petróleo para uso combustível. Petróleo poderá ser usado ainda, mas na petroquímica (nylon, plástico etc).

Já estão fabricando em laboratório até alimentos ricos em proteína como substitutos da carne, e mais baratos. Daqui 20, 30 anos, áreas onde hoje se planta e há gado vão ficar pra vida selvagem. Vastas áreas serão devolvidas à natureza. Dois terços do Brasil, estima-se.

Outra coisa que vai evoluir é a IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar. IA, ela sabe tudo. Pergunte à Alexa. Ela te responde tão rápido, que nem precisa pensar.

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