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Opinião

A jogada da prefeitura em relação ao 13º salário

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A direção do Sindicato dos Municipários estranhou uma matéria divulgada ontem pela prefeitura em seu site.

A matéria informa que, se os vereadores aprovarem o projeto do Executivo para pagamento do 13º salário (prevendo a necessidade de o servidor contrair empréstimo do Banrisul), terá, assim, condições de pagar toda a folha de salários de dezembro integralmente até sexta-feira 6 (sem o 13º, previsto para até dia 20), em vez de parcelar o salário, como vem fazendo com grande parte dos funcionários.

O Simp não entendeu o condicionante, alegando que o dinheiro para pagar o 13º não sairia do caixa da prefeitura e sim do Banrisul. Segundo Tiago Botelho, vice-presidente do Sindicato, a prefeitura parece estar admitindo sem admitir que possui em caixa dinheiro suficiente para pagar o salário de dezembro integralmente, independentemente do projeto passar ou não.

Como são fontes diferentes de receita, o Simp ficou com a impressão de que a prefeitura está jogando politicamente com a situação, para atrair apoio dos servidores.

O governo teria medo de que, mesmo sendo aprovado seu projeto para o 13º, que o juiz Saud Telles, talvez provocado pelo Simp, questione a legalidade do projeto, uma vez que, para alterar o calendário e a mecânica de pagamentos de salários e 13º, o governo teria, antes de tudo, que alterar a Lei Orgânica do Município (LOM), nossa Constituição Municipal, coisa que não fez.

Diga-se: o juiz já julgou o mérito, obrigando a prefeitura a respeitar o que diz a LOM atual.

A prefeitura trabalha com a expectativa de que a arrecadação melhore na segunda quinzena de dezembro, com a entrada em caixa de recursos provenientes do IPTU e do IPVA; daí, provavelmente, ter proposto pagar integralmente a folha salarial de dezembro até dia 6, além de dispor de outras receitas cujo remanejamento para quitar salários se tornou possível por decisão judicial.

O que a prefeitura não quer, porque não pode cumprir, é ter de pagar o 13º por si mesma, sem a ajuda do Banrisul. Porque, sem a solução Banrisul, o governo terá obrigatoriamente de parcelar o 13º em 10 vezes ao longo de 2020, um desgaste evidente.

Município pagará salários na sexta se PL do 13º passar na Câmara

Contorcionismo para pagar 13º do servidor mostra o enredo da prefeitura

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

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Cultura e entretenimento

Guerra civil, o grande filme do ano até agora. Por Déborah Schmidt

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Guerra Civil mostra a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o redator Joel (Wagner Moura) em meio a uma guerra civil que dividiu os Estados Unidos em diversas facções políticas. A dupla pretende conseguir uma entrevista com o presidente, mas para isso, precisa atravessar um país dividido e enfrentar uma sociedade em guerra consigo mesma. A dupla é acompanhada por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano.

Dirigido e roteirizado pelo premiado Alex Garland, o filme explora uma trama ambientada em um futuro distópico, porém não tão distante e nem tão improvável. Conhecido por filmes como Ex Machina (2014) e Aniquilação (2018) e pelos roteiros de Extermínio (2002), de Danny Boyle e Não Me Abandone Jamais (2010), de Mark Romanek, Garland apresenta uma mistura de ação e suspense ao apresentar a viagem de carro do quarteto de Nova York até Washington. Durante o trajeto, registram a situação e a dimensão da violência que tomou conta das ruas, envolvendo toda a nação e eles mesmos, quando se tornam alvos de uma facção rebelde.

Como a dupla de protagonistas, os sempre ótimos Kirsten Dunst e Wagner Moura criam um contraponto perfeito. Enquanto Lee já está entorpecida e demonstra frieza com relação ao caos, Joel é mais relaxado e conquista o público através do carisma. A serenidade do grupo pertence a Sammy, em um personagem que é impossível não simpatizar, ainda mais com a excelente atuação de  Stephen McKinley Henderson. Cailee Spaeny, que já havia se destacado em Priscilla (2023), repete a qualidade com Jessie, uma jovem tímida, mas ousada, e que está seduzida pela adrenalina da cobertura de uma guerra. Ainda no elenco, Nick Offerman vive o presidente dos EUA, e Jesse Plemons faz uma participação curta, porém intensa, na cena mais perturbadora do longa.

Com a qualidade técnica já conhecida dos filmes da A24, a produção mescla a todo o momento sons de tiros ensurdecedores a um silêncio que fala ainda mais alto, em uma verdadeira aula de edição e mixagem de som. A fotografia de Rob Hardy (parceiro de Garland desde Ex Machina) flerta com o documentário e a trilha sonora de Geoff Barrow e Ben Salisbury (também parceiros de longa data do diretor) é discreta, mas extremamente competente ao servir como alívio de momentos mais tensos.

É instigante acompanhar a jornada desses jornalistas e o filme definitivamente se beneficia deste fato. Através de frames com fotos realistas, em preto e branco, que surgem em meio às cenas mais duras, o filme aposta na fotografia para contar sua narrativa. Mesmo que acostumados com a violência, os jornalistas são os melhores personagens para retratarem essa história e, por mais que tenham seu posicionamento frente ao conflito, o trabalho deles é apenas registrar o que está acontecendo, deixando que o público tire as suas próprias conclusões. Guerra Civil é uma bela homenagem ao papel desses profissionais em momentos de crise.

Em cartaz nos cinemas, Guerra Civil é o grande filme do ano até o momento. Um olhar crítico e sensível, ainda que essencial, sobre a nossa própria realidade.

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Brasil e mundo

Comentário em vídeo: Liberdade de expressão

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