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Opinião

Com estoque baixo, HE espera 46 mil máscaras para final da próxima semana

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Tenho conversado com várias pessoas da área da saúde. Estão preocupadas, óbvio.

Pelotas tem hoje 10 casos de covid-19, mas, segundo as projeções, o número vai crescer.

O comitê da UFPel para o covid-19 afirmou em nota:

“No pico da pandemia de coronavírus, Pelotas pode precisar de 370 a 620 leitos de enfermarias e de 150 a 255 leitos de UTI”.

Pelotas tem apenas 57 leitos de UTI, quase todos ocupados por doentes de outras doenças, nem todos com respiradores.

Uma preocupação extra: o risco de desabastecimento de equipamentos básicos de segurança, como máscaras cirúrgicas (máscaras comuns, não a N95, que é usada só para atender pacientes entubados).

Um funcionário com quem falei me disse, pedindo anonimato:

“Não quero ser identificado. A partir da próxima quarta-feira (15), não teremos mais máscaras disponíveis no Hospital Escola (UFPel), e somos hospital de referência para tratar o covid-19. Estão botando panos quentes na situação. Mas, em reunião hoje de manhã, um dirigente do HE embargou a voz”.

“Estão esperando 40 mil mascaras que vêm de São Paulo. Mas souberam que o carregamento não vai chegar a tempo. A partir de quarta-feira que vem, provavelmente não teremos mais máscara. Além do risco de exposição ao vírus, estamos com o psicológico muito afetado”.

Os profissionais começaram a usar máscara cirúrgica depois que vazou a notícia de que um médico residente do HE testou positivo para coronavírus, num teste rápido. O exame aguarda contraprova do laboratório do estado, Lacen.

Consultei sobre o estoque. Danielle Zaffalon, gerente administrativa do HE, respondeu:

“No HE, estamos aguardando 46 mil máscaras (e 2.300 testes rápidos. com previsão de chegada para o fim da próxima semana. E, pela média de uso, contando com uso racional dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), temos quantidade suficiente para cerca de 10-15 dias”.

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 © Rubens Spanier Amador, jornalista, editor

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Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

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Cultura e entretenimento

Guerra civil, o grande filme do ano até agora. Por Déborah Schmidt

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Guerra Civil mostra a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o redator Joel (Wagner Moura) em meio a uma guerra civil que dividiu os Estados Unidos em diversas facções políticas. A dupla pretende conseguir uma entrevista com o presidente, mas para isso, precisa atravessar um país dividido e enfrentar uma sociedade em guerra consigo mesma. A dupla é acompanhada por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano.

Dirigido e roteirizado pelo premiado Alex Garland, o filme explora uma trama ambientada em um futuro distópico, porém não tão distante e nem tão improvável. Conhecido por filmes como Ex Machina (2014) e Aniquilação (2018) e pelos roteiros de Extermínio (2002), de Danny Boyle e Não Me Abandone Jamais (2010), de Mark Romanek, Garland apresenta uma mistura de ação e suspense ao apresentar a viagem de carro do quarteto de Nova York até Washington. Durante o trajeto, registram a situação e a dimensão da violência que tomou conta das ruas, envolvendo toda a nação e eles mesmos, quando se tornam alvos de uma facção rebelde.

Como a dupla de protagonistas, os sempre ótimos Kirsten Dunst e Wagner Moura criam um contraponto perfeito. Enquanto Lee já está entorpecida e demonstra frieza com relação ao caos, Joel é mais relaxado e conquista o público através do carisma. A serenidade do grupo pertence a Sammy, em um personagem que é impossível não simpatizar, ainda mais com a excelente atuação de  Stephen McKinley Henderson. Cailee Spaeny, que já havia se destacado em Priscilla (2023), repete a qualidade com Jessie, uma jovem tímida, mas ousada, e que está seduzida pela adrenalina da cobertura de uma guerra. Ainda no elenco, Nick Offerman vive o presidente dos EUA, e Jesse Plemons faz uma participação curta, porém intensa, na cena mais perturbadora do longa.

Com a qualidade técnica já conhecida dos filmes da A24, a produção mescla a todo o momento sons de tiros ensurdecedores a um silêncio que fala ainda mais alto, em uma verdadeira aula de edição e mixagem de som. A fotografia de Rob Hardy (parceiro de Garland desde Ex Machina) flerta com o documentário e a trilha sonora de Geoff Barrow e Ben Salisbury (também parceiros de longa data do diretor) é discreta, mas extremamente competente ao servir como alívio de momentos mais tensos.

É instigante acompanhar a jornada desses jornalistas e o filme definitivamente se beneficia deste fato. Através de frames com fotos realistas, em preto e branco, que surgem em meio às cenas mais duras, o filme aposta na fotografia para contar sua narrativa. Mesmo que acostumados com a violência, os jornalistas são os melhores personagens para retratarem essa história e, por mais que tenham seu posicionamento frente ao conflito, o trabalho deles é apenas registrar o que está acontecendo, deixando que o público tire as suas próprias conclusões. Guerra Civil é uma bela homenagem ao papel desses profissionais em momentos de crise.

Em cartaz nos cinemas, Guerra Civil é o grande filme do ano até o momento. Um olhar crítico e sensível, ainda que essencial, sobre a nossa própria realidade.

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