O Comitê UFPel Covid-19 vem, por meio de nota técnica, apresentar a experiência de países que implementaram lockdown na redução dos casos de COVID-19 e da vigilância epidemiológica na obtenção do controle da epidemia.
Como a principal via de transmissão da COVID-19 ocorre de pessoa para pessoa, por meio de gotículas do nariz ou de saliva que se espalham quando alguém doente tosse ou espirra, o distanciamento físico interrompe a cadeia de transmissão do vírus, contribuindo para a redução dos casos de COVID-19 na população. Quanto mais rígida e duradoura a medida de distanciamento, sendo o lockdown a medida mais restritiva, maior será a capacidade de interromper a transmissão.
Portugal implementou lockdown em 22 de janeiro de 2021. Neste dia, o país registrou 11.523 casos e 197 óbitos por COVID-19. Um mês após a implementação do lockdown, 1.573 casos e 87 óbitos foram registrados (redução de 86% no número de casos diários e 56% no número de óbitos diários comparado com o primeiro dia de lockdown). No dia 15/03/2021, com 579 casos e 18 óbitos diários confirmados e com 4% da população vacinada com duas doses, o país iniciou a reabertura das atividades comerciais e escolares em fases. Até o dia 31/05/2021, os números de casos e óbitos diários se mantiveram estabilizados abaixo de 600 e 3, respectivamente. Nesta data, 52 pessoas estavam internadas em UTI e aproximadamente 18% da população vacinada com duas doses. As medidas tomadas pelo governo português incluíram restrição de circulação de pessoas, fechamento do comércio não essencial, aulas remotas e controle rigoroso de fronteiras.
Desde abril de 2021, o país iniciou um plano de massificação da testagem para detecção do vírus.
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O Reino Unido também adotou o lockdown como medida para combater a COVID19 em 4 de janeiro de 2021. Neste dia, foram registrados 54.990 casos e 618 óbitos confirmados. Um mês após a implementação do lockdown, 21.322 casos foram registrados (redução de 61% no número de casos em comparação ao primeiro dia de lockdown). O número de óbitos continuou em aumento por 20 dias após o lockdown, mas em 04/03/2021, com apenas 1,5% da população vacinada com duas doses, sofreu redução de 57% (263 óbitos). Até 29/05/2021, aproximadamente 38% da população do Reino Unido havia sido vacinada com duas doses. As medidas tomadas pelo Reino Unido foram semelhantes às adotadas por Portugal, com destaque para campanha massiva de vacinação. O governo também forneceu auxílio salarial, que será estendido até setembro de 2021, para 10 milhões de trabalhadores.
O número de casos diários de COVID-19 para Portugal, Reino Unido e Brasil estão no Gráfico 1. A interpretação deste gráfico deve ser em relação ao aumento e queda dos casos, pois o tamanho da população de cada país não permite comparar diretamente o número de casos diários.
Gráfico 1 – Número de novos casos de COVID-19 para Portugal, Reino Unido e Brasil no período de 8 de abril de 2020 a 3 de junho de 2021 (Fonte: https://ourworldindata.org/coronavirus/country)Reino Unido.
Outros países controlaram com sucesso a epidemia de COVID-19. A Austrália, por exemplo, investiu na resposta rápida ao registro de novos casos, fechando fronteiras, fazendo lockdown e reforçando a vigilância epidemiológica para acompanhamento de casos e contatos. Desde outubro de 2020, o país não registra mais de 20 casos diários e segue sem óbitos registrados.
O Brasil também tem exemplos de lockdown bem sucedido. O município de Araraquara (SP) implementou lockdown de 21 de fevereiro a 2 março de 2021. Após 50 dias do início do lockdown, o número de casos confirmados reduziu 66%. Durante o período de lockdown, todas as atividades comerciais foram proibidas, incluindo postos de combustível, supermercados e a circulação do transporte coletivo. Como estratégia para manter a redução de casos obtida pelo lockdown e realizar o controle efetivo da epidemia, a cidade reforçou estratégias de vigilância epidemiológica, incluindo testagem massiva da população para identificar e isolar focos de transmissão.
O próprio Rio Grande do Sul implementou medidas restritivas que resultaram na inflexão da curva de casos e óbitos. O Gráfico 2 mostra que a bandeira preta e a suspensão da cogestão adotadas em 25/02/2021 possibilitaram a interrupção do aumento do número de casos novos no estado 15 dias após sua implementação. Entretanto, a retomada da cogestão em 22/03 e adoção da bandeira vermelha ocorreu de modo muito precoce, ainda em situação de alta transmissão. O resultado foi que o número de casos novos caiu por mais 12 dias, ainda como reflexo das maiores restrições e em seguida se estabilizou em patamares muito altos.
Gráfico 2 – Número de novos casos de COVID-19 e média móvel para o estado do Rio Grande do Sul no período de 1 de janeiro de 2021 a 31 de maio de 2021
As evidências acima indicam efeito positivo do lockdown no controle da epidemia, porém ele deve ser feito de maneira otimizada. A realização de lockdown de final de semana, por exemplo, tem pouquíssimo efeito na mitigação da epidemia e ainda leva a um forte desgaste da população. O fechamento parcial com manutenção de tele-entregas e drive thrus, promove o deslocamento de trabalhadores, em grande parte em transporte coletivo e amplia a iniquidade, porque expõe mais as populações mais vulnerabilizadas.
A implementação de medidas restritivas pelo período de quatro dias é insuficiente para que o município de Pelotas saia da situação de alta transmissão e mal compensa o aumento de circulação que ocorre imediatamente antes e depois do fechamento.
A tentativa de enfrentamento da epidemia com enfoque na capacidade hospitalar provoca ações muito tardias, considerando as altíssimas taxas de letalidade entre casos de COVID-19 que necessitam internação. Em Pelotas, em 2021, dos menores de 60 anos, que internaram em enfermaria por COVID-19, 33% foram a óbito e dos que passaram pela UTI, 59% foram a óbito. Entre os maiores de 60 anos, que internaram em enfermaria por COVID19, 60% foram a óbito e dos que passaram pela UTI, 81% foram a óbito. Segundo o portal da transparência do registro civil, em 2021, em cada três óbitos ocorridos em Pelotas um é por caso suspeito ou confirmado de COVID-19.
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Ao não fazer o adequado enfrentamento do problema o município prolonga a situação de descontrole da epidemia. As medidas restritivas não devem ser interrompidas quando se percebe qualquer redução do número de casos ou óbitos. Pelo contrário, as medidas devem permanecer até que o número de casos seja condizente com a capacidade da vigilância epidemiológica. A obtenção do controle da epidemia é fundamental para evitar o expressivo número de óbitos que vem ocorrendo e a única estratégia para preservar a saúde e possibilitar a retomada das atividades econômicas e de educação com segurança.
O povo não suporta mais tanta restrição, perda de emprego, fome e aí vem o tal comitê sujerir mais restrição? qual sentido disso? acabar com o povo que já não consegue mais se sustentar? rebentar com a cidade? ou este comitê acha que o governo federal vai conseguir manter as cidades no azul enviando verba que não está sendo usada totalmente no combate ao vírus ou seja preparando profissionais e aumentando o número de leitos de UTI, será que os gestores públicos não se dão conta de que os cofres municipais precisam arrecadar através das contribuições das empresas que são de fato quem gera recursos para o poder público usar e que geram capacidade de consumo através dos empregos criados? Fazer lockdown com bons salários garantidos na conta todo mês é fácil mas até quando vai ser possível? chega, o que a prefeitura tem que fazer de fato é gerir bem e de forma responsável os recursos da saúde e deixar o povo trabalhar isso sim.
Prezado Viegas.
Essa questão da fome é fácil de resolver.
Se cada professor da UFPEL doar 10% do seu salário para um fundo destinado a alimentar os milhares de famintos que surgiram na cidade após o fechamento da economia, é possível distribuir cerca de 25 mil refeições por dia. Se cada um dos 1.500 professores contribuir com mil reais (cerca de 10% do seu salário), pode-se arrecadar cerca de um milhão e meio por mês; e como a UFPEL entrega aos seus alunos (incluindo os da classe média) uma refeição de qualidade por R$2,00, é perfeitamente possível entregar 750 mil refeições/mês aos novos famintos que surgiram com o “fique em casa”. Problema resolvido.
A recomendação de um lockdown “otimizado” é no mínimo curiosa. Otimizado em que sentido? Na redução do número de ônibus? Na redução da “comida circulante”? Na redução das festas estudantis? Ou transferindo recursos da UFPel para as hordas de famintos que surgiram em função das restrições? Recomendar lockdown para “os outros” cumprir é fácil, mas contribuir para minorar o sofrimento social causado pela recomendação é complicado. Quem sabe “otimizamos” uma parte do orçamento da universidade para os desassistidos de Pelotas, para que este também possam ficar em casa, como fazem os membros do seleto comitê?
Um mutirão de vacinação contra a Covid-19 será realizado nas escolas municipais de Pelotas. As imunizações serão uma vez por semana, a partir desta quarta-feira (10), para crianças com três anos ou mais matriculadas nas escolas selecionadas. A iniciativa do Município é uma parceria entre as secretarias de Saúde (SMS) e de Educação e Desporto (Smed), e visa aumentar a cobertura vacinal para o público infantil.
As aplicações serão às quartas-feiras, das 13h30min às 17h30min, e em diferentes escolas selecionadas, uma a cada semana, conforme cronograma organizado pela Prefeitura. A imunização é destinada apenas para os alunos matriculados nos educandários e vai ocorrer mediante a presença dos pais ou responsáveis legais pelas crianças.
Confira a programação da vacinação nas escolas
* Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) – quartas-feiras, das 13h30min às 17h30min
Dia 10: Emei Bernardo de Souza – rua Padre Anchieta, 3.553 – Centro
Dia 17: Emei Mário Quintana – rua Irmão Gabino Gerardo, 260, travessa A – Fragata/Guabiroba
Dia 24: Emei Ruth Blank – Parque Dom Antônio Zattera, 221 – Centro
Dia 31: Emei Anita Malfatti – rua Machado de Assis, 235 – Fragata
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Documentação necessária
– Documento de identidade da criança e do responsável legal com foto. Caso o menor não tenha documento com foto deverá apresentar cópia da Certidão de Nascimento
– Carteira de vacinação da criança
– CPF ou Cartão do SUS
Orientações da SMS
Segundo o Ministério da Saúde, já é possível a administração do imunizante contra o coronavírus com outras vacinas do calendário vacinal sem intervalo mínimo. A estratégia contribui para a melhora da cobertura dos imunizantes.
Se a criança estiver com sintomas gripais, não deve se vacinar enquanto estiver passando pelo quadro. O mesmo vale para quem tiver positivado para o coronavírus. É necessário aguardar 30 dias do início dos sintomas para receber a dose de imunização.
Nesta segunda-feira (1º), a Universidade Federal de Pelotas voltou às atividades 100% presenciais, após o período emergencial causado pela pandemia de Covid-19.
A retomada total ocorre após 29 meses, período em que atuou remotamente. Desde outubro de 2021, o trabalho presencial vinha sendo retomado aos poucos.
São 94 os cursos de graduação que retomam suas disciplinas e ações de ensino-aprendizagem de forma presencial; estes unem-se ao curso de Direito, que já havia voltado ao regime em 9 de maio.
O próximo passo é elaborar um plano para que o calendário acadêmico da UFPel entre em compasso com o calendário civil. Estão com um semestre de atraso.
Acolhimento
Para a semana entre os dias 8 e 12 de agosto, a Universidade preparou uma programação cultural para realizar o acolhimento de todos os estudantes, além de comemorar o aniversário de 53 anos da UFPel. As ações têm o objetivo de levar instantes de cultura e descontração ao maior número de espaços da instituição, descentralizando a atividade de acolhida.
Tanto os horários quanto os locais de realização foram pensados para diversificar a atividade. Haverá apresentações no Largo do Bola, no Restaurante Universitário do Câmpus Capão do Leão, na Faculdade de Medicina, na Escola Superior de Educação Física e no Câmpus Anglo.
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A gestão da UFPel também realizará visitas às unidades acadêmicas, para dar as boas-vindas a estudantes e servidores nesse retorno. Também faz parte da programação do reencontro a inauguração da nova Biblioteca e do aulário do Câmpus Capão do Leão.
Cuidados necessários
A administração central da UFPel relembra que as medidas de prevenção contra a Covid-19 estão mantidas, pois a pandemia ainda não acabou. O uso de máscaras é obrigatório em todos os espaços da Universidade, assim como a apresentação de comprovante vacinal quando solicitado. A instituição orienta ainda que sejam mantidas as medidas de higienização das mãos e de não aglomeração.
O governo metropolitano de Tóquio confirmou hoje (29) 36.814 novos casos de coronavírus.
O número é de 1.819 ocorrências a mais do que uma semana atrás. O total marca o décimo dia consecutivo de aumento na comparação semana a semana.
Autoridades da capital japonesa Tóquio afirmam que o total de pacientes em condição grave, com necessidade de usar respiradores ou máquinas ECMO, é de 26, 1 a menos que na quinta-feira.
Paulo Viegas
08/06/21 at 15:36
O povo não suporta mais tanta restrição, perda de emprego, fome e aí vem o tal comitê sujerir mais restrição? qual sentido disso? acabar com o povo que já não consegue mais se sustentar? rebentar com a cidade? ou este comitê acha que o governo federal vai conseguir manter as cidades no azul enviando verba que não está sendo usada totalmente no combate ao vírus ou seja preparando profissionais e aumentando o número de leitos de UTI, será que os gestores públicos não se dão conta de que os cofres municipais precisam arrecadar através das contribuições das empresas que são de fato quem gera recursos para o poder público usar e que geram capacidade de consumo através dos empregos criados? Fazer lockdown com bons salários garantidos na conta todo mês é fácil mas até quando vai ser possível? chega, o que a prefeitura tem que fazer de fato é gerir bem e de forma responsável os recursos da saúde e deixar o povo trabalhar isso sim.
Alarico
09/06/21 at 20:15
Prezado Viegas.
Essa questão da fome é fácil de resolver.
Se cada professor da UFPEL doar 10% do seu salário para um fundo destinado a alimentar os milhares de famintos que surgiram na cidade após o fechamento da economia, é possível distribuir cerca de 25 mil refeições por dia. Se cada um dos 1.500 professores contribuir com mil reais (cerca de 10% do seu salário), pode-se arrecadar cerca de um milhão e meio por mês; e como a UFPEL entrega aos seus alunos (incluindo os da classe média) uma refeição de qualidade por R$2,00, é perfeitamente possível entregar 750 mil refeições/mês aos novos famintos que surgiram com o “fique em casa”. Problema resolvido.
Alarico
07/06/21 at 18:35
A recomendação de um lockdown “otimizado” é no mínimo curiosa. Otimizado em que sentido? Na redução do número de ônibus? Na redução da “comida circulante”? Na redução das festas estudantis? Ou transferindo recursos da UFPel para as hordas de famintos que surgiram em função das restrições? Recomendar lockdown para “os outros” cumprir é fácil, mas contribuir para minorar o sofrimento social causado pela recomendação é complicado. Quem sabe “otimizamos” uma parte do orçamento da universidade para os desassistidos de Pelotas, para que este também possam ficar em casa, como fazem os membros do seleto comitê?
claudio461
08/06/21 at 08:57
Por esses raciocínios torpes que o país ficará muito tempo ainda atolado na pandemia.