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Cultura e entretenimento

O último Woody Allen está no cinema do Shopping

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Estreia hoje em Pelotas o mais recente filme de Woody Allen, Um dia de chuva em Nova York.

Legendado, às 17h05 e 21h55.

Abaixo, trechos de uma entrevista de Allen ao jornal El País.

Allen

Eu me perguntava, vendo Um Dia de Chuva em Nova York, como é que o senhor consegue fazer filmes com uma trama tão aparentemente simples, mas de fundo tão complexo. Quando escreve e quando roda, é mais difícil colocar ou tirar? 

Para mim é mais difícil colocar. É que criar algo é muito difícil. Bem, se você está acostumado, nem tanto. Há pessoas que sabem desenhar lindamente, que fazem um desenho perfeito de um cavalo. Eu sou incapaz de fazer. Mas elas te dizem: “Vamos, é muito fácil!” Comigo acontece a mesma coisa com os filmes: posso fazê-los. E as pessoas assistem e pensam: “Que difícil deve ser!” Mas, se você se dedica a isso, não é. Ou não é tanto.

A realidade é triste e dura demais, e por isso o senhor continua inventando histórias aos 83 anos. Considera válida essa avaliação? 

Claro, porque a ficção é muito melhor que a realidade, sem comparação. A realidade é um pesadelo, e a ficção você pode controlar. Pode fazer com que os personagens estejam tristes ou contentes, pode colocar uma bela música —como My Fair Lady, que maravilha!—, mas da realidade você não controla nada. Veja a protagonista de A Rosa Púrpura do Cairo: está muito mais contente na ficção que na realidade. Infelizmente não podemos viver na ficção, ou ficaríamos loucos. É preciso viver na vida real, que é trágica. Se eu pudesse, viveria num musical de Fred Astaire. Todo mundo é bonito e divertido, todos bebem champanhe, ninguém tem câncer, todos dançam, é fantástico.

Entrevista na íntegra AQUI.

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Cultura e entretenimento

O charme do outono. Por Geraldo Hasse

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Esse tempo chuvoso me transportou automaticamente para a salinha do teletipo nos fundos da redação do Diário Popular. Eu cursava o terceiro ano noturno de jornalismo e ganhava um salário vespertino para traduzir telegramas que chegavam em espanhol via Agência France Presse (AFP). Também pela mesma máquina vinham notícias da Agência JB, mas essas não era preciso traduzir, vinham em português de boa qualidade (na época, o Jornal do Brasil era um modelo de jornalismo, atividade hoje subalterna ao marketing).

O teletipo foi a atração daquele ano no jornal, que se considerava portador de uma revolução redentora dos costumes da região. Às vezes um dirigente da empresa aparecia na salinha rebocando um visitante supostamente interessado em conhecer o aparelho mágico. Eu, mero coadjuvante, nem sempre chegava a ser apresentado. Era um mero acessório da máquina, o zé ninguém da redação. Mas quem municiava o jornal com o noticiário nacional e internacional? Era eu e ninguém mais.

O teletipo passou o ano inteiro cuspindo principalmente reportagens sobre a guerra do Vietnã; certo dia, trouxe a notícia da morte em estranho acidente aéreo no Ceará do marechal Castello Branco, o primeiro chefão do governo militar; semanas depois, morria fuzilado na selva boliviana o revolucionário argentino Che Guevara. E eu ali na solidão da salinha 3 x 4 vivendo e aprendendo sobre a marcha da civilização.

Nos intervalos daquele matraquear incessante, eu lia os grandes poetas brasileiros editados pela Editora do Autor e me animava a escrever versos que nunca foram publicados mas ainda não desapareceram da minha memória (lá vai):

“Eu te ofereço meus ternos versos,

são o presente mais puro que te dou:

são beijos em minha boca imersos,

sobras do banquete que acabou”.

O que deveria ser um soneto não passou de uma quadrinha. Faltava não apenas inspiração, mas tempo para ir além do trivial. Fora o tactac do noticiário, havia as distrações do ambiente. O céu cinzento, a umidade impregnando paredes e os telhados gotejando a chuva intermitente me desviavam para cenas inesperadas.

Lembro que através da vidraça da janela eu via numa árvore já sem folhas — um cinamomo, provavelmente — algumas pombas encolhidas sob a chuva: pareciam “corvos de cinema” (estávamos ainda sob o impacto do filme Os Pássaros, no qual a pobrezinha da Tippi Hedren, indefesa, era atacada sem motivo aparente por bandos de aves negras amestradas pelo terrorista Alfredo Hitchcook).

Por tudo isso, senhoras e senhores, o outono, mesmo com chuva, continua encantador. Em Pelotas e em outras latitudes.

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Brasil e mundo

Madonna homenageou Che Guevara

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Madonna continua dando o que falar. Em seu show no Rio, a que compareceu grande público LGBT, ela exibiu no palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kallo.

Os livros contam que o regime cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, pois considerava-os hedonistas, inaptos para o trabalho, de natureza subversiva ao regime de exceção. Chegando a ser, por isso, fuzilados. Vai entender…

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, teve a pachorra de pintar o rosto de Stálin.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista. E sem esforço, vivendo da imagem que criou. Representou, fingindo que cantava. Playback.

Dizem que os artistas são “ingovernáveis”. Há artistas e artistas.

Madonna é dessas que a gente não sabe o que pensa. Tente lembrar de alguma fala dela? Não lembramos, porque vive de imagem. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da vida, depois da vida ganha, artistas como ela costumam surpreender, mostrando sua verdadeira face. Pelo desconforto de sair do mundo com uma máscara mortuária falsa.

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