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Opinião

‘Candidatura de direita, a prefeito, está sendo costurada’

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Atualizada às 17h04 de 28/01

Ontem escrevi sobre a dificuldade de vencer uma eleição de vereador. Hoje, um exercício majoritário.

Em 2016, Paula (PSDB) venceu a eleição de prefeito no primeiro turno. Ela conseguiu a façanha, histórica, porque, com os candidatos que existiam, o resultado só poderia ser mesmo aquele. Como não havia candidato à direita, todos os votos desse espectro foram para o centro, Paula, que ainda aglutinou votos da esquerda, desgastada pela Lava Jato.

Naquela ocasião, os principais partidos à direita preferiram apoiar Paula, o Centro; o único que destoou, embora de modo ambíguo, foi o PP. Apesar de o partido, oficial e formalmente, apoiar Paula, o grupo ligado a Fetter Jr. (PP) emprestou um quadro seu (Rafael Amaral) para concorrer a vice de Anselmo Rodrigues, PDT. Nunca ficou claro o raciocínio dessa estratégia, pois não fez sentido juntar um quadro de partido conservador como o PP, na condição de “vice”, com um representante folclórico da chamada esquerda; na prática, um anulou o outro, sem ameaçar a candidatura Paula. O fato é que a exótica aliança ocorreu, com o PP aparentemente cindido.

Se aquela manobra diversiva incomodou, logo foi esquecida. O PP goza hoje (estima-se) de 80 cargos de confiança na Administração Paula, o que demonstra o prestígio de que desfruta junto ao grupo que governa a cidade: 80 ccs num universo total de 350 ccs.

O PP ocupa a Secretaria de Governo, com Abel Dourado; a Secretaria de Cidade e Mobilidade Urbana, com Jacques Reydams; a Presidência da Rodoviária, com Cláudio Montanelli, além de vários cargos de direção (direção do Departamento de Veículos Oficiais, direção executiva da Secretaria de Planejamento) e assessoria especial da prefeita, com remuneração igual a de secretário, como a assessoria ocupada por Carlos Mário Santos.

De vez em quando se publica que Fetter pode concorrer a prefeito. Parece difícil, uma vez que o PP está com Paula até debaixo do São Gonçalo. Se o partido mudará de ideia, não se sabe; no momento está acomodado, bem acomodado, assim como outros partidos que poderiam materializar um candidato à direita, igualmente detentores de cargos no governo.

O fato novo em 2020 é que voltou a existir espaço para uma candidatura à direita, nos moldes Bolsonaristas ou nos moldes convencionais. Uma fonte a quem pedi que comentasse o tema deste post falou: “Apesar de eu ser uma direita moderada, a possibilidade de uma candidatura de direita é real e está sendo costurada”. Avançando, as tratativas deverão envolver Marco Marchand, do PSL, que, na última eleição a deputado federal, recebeu 22.018 votos e ficou na segunda suplência. A antiga direita na cidade vai ter de conversar com a nova direita.

Uma coisa parece certa: se houver candidato à direita, perto do centro, Paula não ganha mais no primeiro turno. Talvez nem ganhe.

Pré-candidatos a vereador. ‘Era uma vez na Câmara’

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

1 Comment

1 Comments

  1. Sérgio Tessmann da Rocha

    04/02/20 at 11:37

    Pelotas é uma cidade, que historicamente, sempre produziu personagens revolucionários. Neste contesto, mais recente, Pelotas foi e é comandada por grupos revolucionários se utilizando da “estratégia das tesouras”, ou seja, nunca houve governos de “dita direita” até poque devemos entender o que é direita. Marcos Marchand, hoje, é o que mais se aproxima de valores conservadores (dita direita) por ser um candidato que nunca assumiu cargo político. No que se diz da atual prefeita, bom, temos que estudar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e seu partidos socialistas, por definição, e o surgimento do PSDB no Brasil. Social democracia é um nome bonito para implantar uma ditadura ferrenha e impor a força do Estado sobre seus cidadãos. Lembrando, FHC pavimentou a estrada para o PT fazer o que fez. Lembrem! Marcos Marchand tem o perfil nos “moldes Bolsonaristas” com define essa matéria.
    Sérgio Tessmann da Rocha.

Cultura e entretenimento

Guerra civil, o grande filme do ano até agora. Por Déborah Schmidt

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Guerra Civil mostra a fotojornalista Lee Smith (Kirsten Dunst) e o redator Joel (Wagner Moura) em meio a uma guerra civil que dividiu os Estados Unidos em diversas facções políticas. A dupla pretende conseguir uma entrevista com o presidente, mas para isso, precisa atravessar um país dividido e enfrentar uma sociedade em guerra consigo mesma. A dupla é acompanhada por Jessie (Cailee Spaeny), uma jovem fotógrafa, e Sammy (Stephen McKinley Henderson), um repórter veterano.

Dirigido e roteirizado pelo premiado Alex Garland, o filme explora uma trama ambientada em um futuro distópico, porém não tão distante e nem tão improvável. Conhecido por filmes como Ex Machina (2014) e Aniquilação (2018) e pelos roteiros de Extermínio (2002), de Danny Boyle e Não Me Abandone Jamais (2010), de Mark Romanek, Garland apresenta uma mistura de ação e suspense ao apresentar a viagem de carro do quarteto de Nova York até Washington. Durante o trajeto, registram a situação e a dimensão da violência que tomou conta das ruas, envolvendo toda a nação e eles mesmos, quando se tornam alvos de uma facção rebelde.

Como a dupla de protagonistas, os sempre ótimos Kirsten Dunst e Wagner Moura criam um contraponto perfeito. Enquanto Lee já está entorpecida e demonstra frieza com relação ao caos, Joel é mais relaxado e conquista o público através do carisma. A serenidade do grupo pertence a Sammy, em um personagem que é impossível não simpatizar, ainda mais com a excelente atuação de  Stephen McKinley Henderson. Cailee Spaeny, que já havia se destacado em Priscilla (2023), repete a qualidade com Jessie, uma jovem tímida, mas ousada, e que está seduzida pela adrenalina da cobertura de uma guerra. Ainda no elenco, Nick Offerman vive o presidente dos EUA, e Jesse Plemons faz uma participação curta, porém intensa, na cena mais perturbadora do longa.

Com a qualidade técnica já conhecida dos filmes da A24, a produção mescla a todo o momento sons de tiros ensurdecedores a um silêncio que fala ainda mais alto, em uma verdadeira aula de edição e mixagem de som. A fotografia de Rob Hardy (parceiro de Garland desde Ex Machina) flerta com o documentário e a trilha sonora de Geoff Barrow e Ben Salisbury (também parceiros de longa data do diretor) é discreta, mas extremamente competente ao servir como alívio de momentos mais tensos.

É instigante acompanhar a jornada desses jornalistas e o filme definitivamente se beneficia deste fato. Através de frames com fotos realistas, em preto e branco, que surgem em meio às cenas mais duras, o filme aposta na fotografia para contar sua narrativa. Mesmo que acostumados com a violência, os jornalistas são os melhores personagens para retratarem essa história e, por mais que tenham seu posicionamento frente ao conflito, o trabalho deles é apenas registrar o que está acontecendo, deixando que o público tire as suas próprias conclusões. Guerra Civil é uma bela homenagem ao papel desses profissionais em momentos de crise.

Em cartaz nos cinemas, Guerra Civil é o grande filme do ano até o momento. Um olhar crítico e sensível, ainda que essencial, sobre a nossa própria realidade.

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