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Pelotas e RS

Dizem que vão sepultar de vez o esqueleto

A carcaça foi uma obra da Cinco Construções, que de repente quebrou, deixando na pior uma centena de compradores

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Depois de 18 anos interrompida, a construção do edifício do que originalmente seria o Shopping Praça XV vai ser concluída, segundo notícias. O esqueleto desapareceria da vista, coberto por paredes e rebocos definitivos; tomara, pois fere o olho. Porém, dado o histórico da empreitada, não faria mal desconfiar da notícia.

Arquitetonicamente, há 18 anos seria um shopping meia-boca, em apenas seis dos 19 andares previstos inicialmente. Na época, Pelotas estava tão carente de um shopping center que os seis andares foram nominados assim. Agora dizem que, a ser finalizado por um empreendedor de fora, o edifício terá 23 andares, quatro mais que o primeiro projeto, além de 84 apartamentos em um “condomínio clube”. Será?

No mercado se diz que terminar a obra poderia sair mais caro do que fazer um prédio novo, por causas múltiplas: projeto antigo, ferragem corroída e outras patologias estruturais, fissuras, rachaduras, infiltrações etc. Como não há laudo oficial divulgado, não se sabe ao certo em que condições a construção está. Pode estar bem. Pode não.

O inacabado esqueleto, espetado no entorno da Praça Coronel Pedro Osório, no centro histórico, transformou-se em um monumento da cidade – não exatamente em homenagem a ela, mas sim a um tipo de mentalidade, materializada, simbolicamente, na pose do Coronel na estátua do logradouro em frente: nunca tira a mão do bolso.

Foram tantos anos de espera que nem parece crível que a obra venha a ser terminada. Falam em 18 meses até o seu fim.

A carcaça foi obra da Cinco Construções, que de repente quebrou, deixando na pior uma centena de compradores com envergonhadas mãos estendidas para uma Massa Falida engravatada e silenciosa. Condôminos originais passaram pelo tempo sem devolução concretizada; alguns morreram com esse desgosto enquanto outros continuaram a mostrar os dentes nas provincianas e sinceras colunas sociais.

Ninguém percebeu a tempo que havia um furo e um parafuso solto na história.

Estátua do Cel. Pedro Osório

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

1 Comment

1 Comments

  1. Fortino Reyes

    17/10/21 at 00:00

    Típico do “pelotino” fazer que não vê, mesmo sendo prejudicado. Um outro exemplo disso é quando uma loja local teve seu estoque de roupas “de marca” apreendidas por constatarem que eram falsificadas. Todos clientes que ostentavam os jacarés no peito fizeram de conta que não aconteceu. E segue o nariz em pé.

Opinião

Ainda sobre a bomba e o duto do Lagos de São Gonçalo

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Certamente foi o tempo. Passei a gostar da palavra Equilíbrio e de seu significado. Nesta crise das enchentes, o trabalho voluntário tem sido admirável, comovente. Mas estamos vendo que o Estado tem sua importância também.

Além dos voluntários, em Pelotas o poder público tem agido e merece esse reconhecimento, não só com a prefeitura, a Universidade Federal e as forças de segurança, mas também com o Ministério Público. O caso do condomínio Lagos de São Gonçalo parece um bom exemplo – simbólico.

Fosse um regime totalmente liberal, com estado mínimo e a sociedade determinando seus rumos por si mesma, aquela lamentável bomba e aquele lamentável duto destinados a canalizar a água de dentro do condomínio de alto padrão para fora de seus muros, em prejuízo de comunidades mais carentes economicamente, talvez passasse como algo aceitável.

Não seria aceitável, porém. Não é aceitável.

O Estado agiu rápido, tomando providências.

A prefeitura informou que não deu autorização para a obra, que, construída à revelia do Estado, infringiu a lei ambiental, além de ferir preceitos de ordem moral e convivência desejados numa sociedade civilizada. A polícia registrou a ocorrência e está apurando o caso. E as conclusões da investigação servirão de base para que – como adiantou a Promotoria de Justiça – esta processe os autores da ideia da bomba e do duto.

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Pelotas e RS

FGTS Calamidade é liberado para Pelotas

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O FGTS Calamidade está liberado a todos os habitantes de Pelotas e não apenas aos atingidos pela crise climática que castiga o município e o Rio Grande do Sul. A decisão foi anunciada na noite desta sexta-feira (17) após ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Defensoria Pública da União (DPU).

A medida beneficia todos os trabalhadores que possuem recursos em contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço que residem em um dos 46 municípios listados no Decreto estadual 57.614, de 13 de maio deste ano, que declara Estado de Calamidade Pública. Na região, além de Pelotas, constam nesta condição Rio Grande, São José do Norte, São Lourenço do Sul e Arambaré.

Os trabalhadores podem acessar o app FGTS Caixa e solicitar o saque de até R$ 6.220,00 da sua conta em até 90 dias já a partir deste sábado (18). A decisão visa garantir que os moradores das regiões afetadas tenham acesso imediato ao benefício, independentemente de processos burocráticos de habilitação e delimitação de dano. 

O saque calamidade FGTS está previsto pela Lei Federal 8.036/1990, e exige que, para se habilitarem, os municípios atingidos tenham decretado situação de calamidade pública ou emergência, com reconhecimento do governo federal. Pelotas declarou estado calamidade na terça-feira (14) e também está inserida no Decreto Estadual 57.600/2024, alterado pelo Decreto 57.614/2024, que reconhece a calamidade pública nas cidades gaúchas.

Tire suas dúvidas

1) Qual valor pode ser resgatado?

O valor do saque será equivalente ao saldo existente na conta vinculada, na data da solicitação, limitado à quantia correspondente a R$ 6.220,00.

2) Quem tem direito ao saque?

O FGTS Calamidade está liberado a todos os habitantes de Pelotas e não apenas aqueles atingidos pela crise climática que castiga o município e o Rio Grande do Sul. A decisão foi anunciada na noite desta sexta-feira (17) após ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU). 

3) Quais os canais para solicitar o saque do FGTS?

App FGTS ou uma agência da Caixa, munido dos documentos necessários.

4) Quais os documentos devem ser apresentados para solicitar o saque do FGTS por motivo de calamidade pública, por meio do App FGTS?

a) Documento de identificação pessoal (RG, CNH, Carteira de Trabalho, Identidade Profissional, Passaporte)

b) Comprovante de residência em nome do trabalhador (conta de luz, água, telefone, gás, fatura de internet e/ou TV, fatura de Cartão de Crédito, entre outros), emitido nos 120 dias anteriores à data do Decreto Municipal da calamidade

c) Selfie com o mesmo documento de identificação

5) É possível comprovar a residência com contrato de locação?

Sim. Neste caso, a solicitação deverá ser realizada diretamente em uma agência, mediante apresentação do contrato de aluguel com assinatura reconhecida em cartório, em data anterior ao reconhecimento da calamidade pública.

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