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Cultura e entretenimento

“Pinacoteca do Comercial tem tombamento provisório assegurado”, diz Henrique

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Atualizado às 9h52 de 04/01/2023

O Conselho Municipal de Cultura (Comcult) acolheu, para análise, pedido feito pelo jornalista Henrique Pires, ex-secretário nacional de Cultura, para que se preserve a pinacoteca do Clube Comercial. O Comcult respondeu a ele que vai apreciar o assunto na primeira reunião deste 2023.

Henrique esclarece:

A partir do envio formal da demanda ao Conselho Municipal de Cultura, o qual acusou o recebimento do documento, tendo expedido recibo assinado por sua presidência e secretaria geral, o conjunto de bens já está protegido legalmente contra destruição ou descaracterizações, até que haja a homologação ou não da demanda por parte do Conselho.

Em regra o Conselho convoca reunião, coloca o assunto em pauta e nomeia um parecerista relator. Este, no prazo que será acordado, apresenta seu parecer ao plenário, que o aprovará ou não. O resultado será a posição do Colegiado.

Esse intervalo de tempo, entre o acolhimento do documento (que já houve) e sua apreciação (sem data marcada) já protege, mesmo que provisoriamente, o bem ou conjunto elencado.

Ficam – os  objetos da análise – as 38 pinturas do conjunto pictórico do Clube Comercial, portanto, preservadas, individualmente e em conjunto.

Isso  permitirá que  todos  os estudos e diligências que os representantes da sociedade – os conselheiros – entenderem necessários para embasamento de suas decisões possam ser feitos sem a perda do objeto, risco que haveria caso essa salvaguarda provisória não se efetivasse. 

Abaixo, duas obras do acervo.

Comercial pediu devolução de obras da Pinacoteca do Clube sob guarda de museu

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Cultura e entretenimento

O charme do outono. Por Geraldo Hasse

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Esse tempo chuvoso me transportou automaticamente para a salinha do teletipo nos fundos da redação do Diário Popular. Eu cursava o terceiro ano noturno de jornalismo e ganhava um salário vespertino para traduzir telegramas que chegavam em espanhol via Agência France Presse (AFP). Também pela mesma máquina vinham notícias da Agência JB, mas essas não era preciso traduzir, vinham em português de boa qualidade (na época, o Jornal do Brasil era um modelo de jornalismo, atividade hoje subalterna ao marketing).

O teletipo foi a atração daquele ano no jornal, que se considerava portador de uma revolução redentora dos costumes da região. Às vezes um dirigente da empresa aparecia na salinha rebocando um visitante supostamente interessado em conhecer o aparelho mágico. Eu, mero coadjuvante, nem sempre chegava a ser apresentado. Era um mero acessório da máquina, o zé ninguém da redação. Mas quem municiava o jornal com o noticiário nacional e internacional? Era eu e ninguém mais.

O teletipo passou o ano inteiro cuspindo principalmente reportagens sobre a guerra do Vietnã; certo dia, trouxe a notícia da morte em estranho acidente aéreo no Ceará do marechal Castello Branco, o primeiro chefão do governo militar; semanas depois, morria fuzilado na selva boliviana o revolucionário argentino Che Guevara. E eu ali na solidão da salinha 3 x 4 vivendo e aprendendo sobre a marcha da civilização.

Nos intervalos daquele matraquear incessante, eu lia os grandes poetas brasileiros editados pela Editora do Autor e me animava a escrever versos que nunca foram publicados mas ainda não desapareceram da minha memória (lá vai):

“Eu te ofereço meus ternos versos,

são o presente mais puro que te dou:

são beijos em minha boca imersos,

sobras do banquete que acabou”.

O que deveria ser um soneto não passou de uma quadrinha. Faltava não apenas inspiração, mas tempo para ir além do trivial. Fora o tactac do noticiário, havia as distrações do ambiente. O céu cinzento, a umidade impregnando paredes e os telhados gotejando a chuva intermitente me desviavam para cenas inesperadas.

Lembro que através da vidraça da janela eu via numa árvore já sem folhas — um cinamomo, provavelmente — algumas pombas encolhidas sob a chuva: pareciam “corvos de cinema” (estávamos ainda sob o impacto do filme Os Pássaros, no qual a pobrezinha da Tippi Hedren, indefesa, era atacada sem motivo aparente por bandos de aves negras amestradas pelo terrorista Alfredo Hitchcook).

Por tudo isso, senhoras e senhores, o outono, mesmo com chuva, continua encantador. Em Pelotas e em outras latitudes.

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Brasil e mundo

Madonna homenageou Che Guevara

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Madonna continua dando o que falar. Em seu show no Rio, a que compareceu grande público LGBT, ela exibiu no palco imagens de ícones culturais, entre eles Che Guevara e Frida Kallo.

Os livros contam que o regime cubano, do qual Che fez parte, perseguia homossexuais, pois considerava-os hedonistas, inaptos para o trabalho, de natureza subversiva ao regime de exceção. Chegando a ser, por isso, fuzilados. Vai entender…

Já Frida foi amante de Trotsky. E, depois deste ser assassinado no exílio a mando de Stálin, teve a pachorra de pintar o rosto de Stálin.

Madonna levou R$ 17 milhões do sistema capitalista. E sem esforço, vivendo da imagem que criou. Representou, fingindo que cantava. Playback.

Dizem que os artistas são “ingovernáveis”. Há artistas e artistas.

Madonna é dessas que a gente não sabe o que pensa. Tente lembrar de alguma fala dela? Não lembramos, porque vive de imagem. Vende uma imagem que, no fundo, talvez nem corresponda ao que ela é de verdade.

No fim da vida, depois da vida ganha, artistas como ela costumam surpreender, mostrando sua verdadeira face. Pelo desconforto de sair do mundo com uma máscara mortuária falsa.

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