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Pelotas e RS

Governo Paula não está só sem dinheiro. Perdeu também capital político

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Prefeita Paula Mascarenhas pretende reapresentar à Câmara de Vereadores projetos de lei rechaçados pelo Legislativo, como o que institui a cobrança de uma taxa pela iluminação pública a ser paga pelos pelotenses, recusada pela maioria dos vereadores em dezembro de 2018 – uma recusa que surpreendeu, já que, formalmente, a base legislativa de apoio ao governo vinha sendo maioria desde o começo de sua gestão.

O Executivo julgava manter maioria entre os vereadores, mas constatou – de repente – que a superioridade com que contava se havia “esfarelado”, e tendo de arcar, ainda, com o ônus público de não ter previsto a rejeição a um projeto vital para o qual tinha como certa a aprovação (esse episódio, diga-se, ajuda a explicar a substituição de Clotilde Vitória na Secretaria de Governo, responsável pela articulação política com a Câmara; no lugar dela entrou Abel Dourado, cuja habilidade política é conhecida, enquanto a de Clotilde era desconhecida).

Nos termos práticos e frios da política, em que todos, sem exceção, agem com calculismo, o que teremos, daqui em diante, nos bastidores, será uma batalha pelo poder

Paula precisa de mais dinheiro em caixa para poder equilibrar as contas da prefeitura, que hoje afunda no vermelho, mesmo com algumas iniciativas para recuperar receita, como a redução parcial dos cargos de confiança e outras contenções. Mais recentemente, para se ter ideia, a prefeitura chegou a criar um prêmio [ uma viagem a Gramado ], município turístico gaúcho, àqueles servidores que economizarem mais em suas áreas.

Além de reapresentar o projeto instituindo a cobrança pela iluminação pública, que mexe diretamente no bolso do contribuinte, Paula quer reabilitar a saúde financeira com a reapresentação de projetos como o que altera o plano de carreira dos professores municipais.

Pelo conjunto dos fatos, deduz-se que não foi à toa que a prefeita embargou a voz ontem, durante palestra na Associação Comercial, quando falava sobre a difícil situação das contas públicas do município, assim como não foi por acaso que ontem, na Câmara, a Mesa tenha autorizado que a presidente do Sindicato dos Municipários lesse uma carta de repúdio à gestão de Paula – carta por sinal rebatida ontem mesmo pela Administração.

O momento é delicado. Em termos objetivos, municipais e imediatos, o enigma que permanece é como se vai comportar a Câmara. Como os interesses políticos vicejam, na pior hipótese para a prefeita, pode acontecer de os vereadores, que em maioria se rebelaram contra a cobrança da Taxa de Iluminação e as Alterações no Plano de Carreira do Magistério, terem captado o mau momento da Administração e, pensando na eleição de 2020, em vez de ajudá-la a se reerguer, apostar que afunde.

O momento difícil da prefeita

Nos termos práticos e frios da política, em que todos, sem exceção, agem com calculismo, o que teremos, daqui em diante, nos bastidores, será uma batalha pelo poder.

Se os vereadores aprovarem os projetos a serem reapresentados pela atual Administração tucana, há sete anos no poder, será óbvio deduzir que, além dos tentos no caminho da recuperação das contas, o governo tucano terá vencido a batalha para estender por mais alguns anos seu poder político.

Em tese, pela má situação das contas, não há como oferecer mais cargos de confiança aos partidários em oposição do que já possuem. Na lógica fria, para aplacar o descontentamento e atrair apoio, a prefeita pode fazer uma mudança radical do secretariado. Pode também aprovar mais projetos populistas de iniciativa de vereadores interessados em reeleição.

Mas será o bastante?

Na noite desta quinta-feira, moradores da Guabiroba queimaram pneus num protesto contra as más condições das ruas, cheias de buracos. Foi um protesto inusitado, chocante, com o qual não estamos acostumados.

O fato, isolado, não permite exercícios seguros de futurologia. Mas pode, numa cadeia de eventos passados e por vir, indicar talvez uma insatisfação social, um clamor, sobretudo nos bairros menos assistidos. Um sinal de que, apesar de seus feitos positivos, que são inegáveis, como a redução da criminalidade, o governo já não esteja agradando tanto.

© Rubens Spanier Amador é jornalista.

Facebook do autor | E-mail: rubens.amador@yahoo.com.br

Rubens Amador. Jornalista. Editor do Amigos de Pelotas. Ex funcionário do Senado Federal, MEC e Correio Braziliense. Pai do Vitor. Fã de livros, de cinema. E de Liberdade.

3 Comments

3 Comments

  1. Fortino Reyes

    05/07/19 at 22:59

    Estás achando ruim Prefeita? e mesmo assim queres te reeleger? Ha, essas viúvas do Bernardo…

  2. Mario

    05/07/19 at 11:44

    Tá muito gata na foto

  3. Antônio Reck Sdorffo

    05/07/19 at 11:17

    Paula Mascarenhas está fazendo o que o Eduardo Leite faria sem o dinheiro federal que estava sendo irrigado nos municípios entre 2013 e 2014 (ano em que o regime petista buscava, através do abuso de poder econômico e outros meios ilícitos – que culminaram em um impeachment – a manutenção do seu plano de poder). Quando a conta chegou em 2015, Leite ainda estava inaugurando obras feitas com dinheiro federal de anos anteriores. Mas à medida que aquele minguou, o faraonismo acabou. Ruim para Pelotas (e agora para o RS) que se converteu em uma massa falida. Boa sorte a quem fica.

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Prefeita recomenda que moradores da Vila Farroupilha, Ceval, av. Francisco Caruccio, av. Brasil e áreas baixas da Colina do Sol deixem suas casas

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Em live há pouco, prefeita Paula recomenda que moradores da Vila Farroupilha, Ceval, av. Francisco Caruccio, av. Brasil e áreas baixas da Colina do Sol deixem suas casas imediatamente.

Segundo ela, os alagamentos já ameaçam as residências.

As áreas acima estavam em laranja no mapa. Passaram a vermelho hoje, depois da subida do volume da água após as chuvas dos últimos dias.

Acumulados de chuva que variam entre 130 a 160 milímetros nas últimas horas  (pluviômetro do Sanep na região da Gotuzzo marca 167 milímetros até às 6h30 desta sexta, desde quarta).

Segundo Paula, “a chuva superou o previsto pelos institutos de meteorologia para Pelotas, com acumulados que variam entre 130 e 160 milímetros, por isso precisamos mudar o mapa e sinalizar novas áreas em vermelho, o que significa que as pessoas precisam levantar os móveis e sair de casa”.

Conforme Paula, citando o Corpo de Bombeiros, nessas regiões já se têm ruas alagadas. Moradias, no entanto, ainda não foram invadidas pelas águas.

A prefeita disse também que a sistema de drenagem do município trabalha a pleno desde a noite passada, por meio das casas de bomba e das bombas suplementares cedidas pela iniciativa privada. Porém, essa estrutura já está no limite, mandando água para o canal São Gonçalo – manancial que apresenta níveis históricos de alta. A última medição, das 8h, indicava 2,88 metros – a mesma da enchente histórica de 1941, que no dia 16 deste mês chegou a 3,02 metros.

A previsão é que a chuva continue até o fim da tarde desta sexta. Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros já estão nos locais considerados como áreas de risco nesta manhã.

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Novo alerta de tempestade para o Sul do Brasil

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Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou quatro alertas de tempestades e ventos fortes para a região Sul nesta sexta-feira, 24. As chuvas podem acumular 60 mm em uma hora e até 100 mm ao longo do dia, com possibilidade de queda de granizo.

Os avisos para a manhã de hoje correspondem à metade norte do Rio Grande do Sul, quase todo o Estado de Santa Catarina e parte do sudoeste do Paraná.

O Inmet também divulgou um alerta de perigo de ventos costeiros que afetam o Rio Grande do Sul e parte de Santa Catarina. Existe o risco de intensificação dos ventos nas áreas litorâneas, o que pode levar à movimentação de dunas de areia sobre as construções na orla.Alertas adicionais e situação atual

Além disso, foi emitido um sinal de “perigo potencial” para chuvas e ventos intensos na metade sul do Rio Grande do Sul, com previsão de acumulado de 50 mm durante o dia, e de vendavais na região oeste do Estado.

Na quinta-feira 23, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu avisos para várias regiões devido ao risco de chuva forte e inundações. No início da madrugada, o órgão pediu a evacuação dos moradores de um bairro em Cruzeiro do Sul, no Vale de Taquari, devido à possibilidade de deslizamento de terras.Impacto das chuvas e prejuízos.

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